domingo, 12 de junho de 2011

Parábola da pequena cidade

10.04.2010

Maluco por Jesus Salomão (Prov., Ecles. e Cânt.) 1 Comentário

(Ec 9:13-18)

Tem havido tentativas frustradas de encontrar uma alusão histórica nessa encantadora parábola, mas, como observa Ellicott: “O que temos aqui assemelha-se tanto à narrati­va da libertação de Abel-Bete-Maaca por uma mulher sábia, cujo nome, contudo, não se conservou (2Sm 20), que não podemos ter certeza de ha­ver alguma outra história real na mente do escritor”. Essa é a mais bela de todas as parábolas de Salomão, e todos os estudiosos da linguagem fi­gurada concordam com isso.

Todas as palavras dessa parábo­la estão cheias de significado: “Hou­ve uma pequena cidade em que ha­via poucos homens, e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes tranqueiras. Ora, vivia nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria. Mas ninguém se lembrou mais da­quele pobre homem”. A aplicação da parábola é óbvia, como assinala Habershon. O mundo é atacado por Satanás, mas liberto pelo Senhor Jesus Cristo. O contraste entre as personagens e as forças é marcante. Um “sábio pobre” e “um grande rei”. Depois temos “uma pequena cidade” e “grandes tranqueiras”. Poderia parecer que uma cidade pequena como essa, com tão poucos homens a guarnecê-la, não teria ensejo de sobreviver diante de úm forte rei resolvido a conquistá-la. Mas o po­deroso monarca foi derrotado por um pobre insignificante que, evidente­mente, era mais forte que o rei, pro­vando, como diz Salomão, que “Me­lhor é a sabedoria do que a força”.

Toda essa história nos faz lem­brar Cristo de modo surpreendente e a grande libertação que ele ope­rou nas almas dominadas pelo pe­cado! A referência ao tratamento dispensado ao pobre sábio é profé­tica. Lemos que “a sabedoria do po­bre foi desprezada, e suas palavras não foram ouvidas”. Essa não é uma previsão daquele que veio como o Único, desprezado e rejeitado? (Is 53:3). Quanto à ingratidão da cida­de, que não se lembrou desse pobre homem, não é a mesma ingratidão dos que nunca param para pensar sobre tudo o que Jesus suportou por eles? Rico que era, esse Homem tornou-se pobre por amor deles e, uma vez pobre, nasceu numa estrebaria. Ao morrer, nada tendo para deixar, derrotou o monarca do inferno por sua sabedoria infinita e por sua gra­ça, demonstrada em sua morte e ressurreição. Da mesma forma, pro­porcionou, a preço de sangue, a emancipação de todas as almas es­cravizadas pelo pecado.

Esse homem fez também um pe­dido antes de deixar “a pequena ci­dade” que a sua presença havia san-tificado. Ao instituir a Santa Ceia, Je­sus disse: “Fazei isto em memória de mim”. E sempre que tomamos o pão e o vinho nas mãos, com corações gra­tos e cheios de amor, nos lembramos do Homem Pobre que, por sua pobre­za, nos fez tão ricos. Aleluia, que ma­ravilhoso Salvador!

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