sexta-feira, 16 de março de 2012

A BÍBLIA, UMA REVELAÇÃO DE DEUS

Tendo visto agora que a existência de Deus é um fato estabelecido, um fato mais certo que qualquer conclusão de um raciocínio formal, porque é o fundamento necessário de toda a razão, passamos à consideração de uma outra matéria. Há agora, e tem havido por séculos, um livro peculiar neste mundo, chamado Bíblia, que professa ser a revelação de Deus. Os seus escritores falam nos termos mais ousados de sua autoridade como interlocutores de Deus. Esta autoridade tem sido admitida por milhões de habitantes da terra, tanto no passado como no presente. Desejamos perguntar, portanto, se este livro é o que ele professa ser e o que tem sido e crido por uma multidão de gente - uma revelação de Deus. Se não é uma revelação de Deus, então os seus escritores ou foram enganados ou foram enganadores maliciosos. I. É a Bíblia historicamente autêntica? Por esta pergunta queremos dizer: É a Bíblia exata como um arquivo de fatos históricos? Há mais ou menos um século, críticos sustentaram que a Bíblia não era exata como história. Disseram que os quatro reis mencionados em Gênesis 14:1 nunca existiram e que a vitória dos reis do Ocidente contra os do Oriente, como descrita neste capítulo, nunca ocorreu. Negaram que um povo tal como os hititas sequer existiram. Sargon, mencionado em Isaías 20:1 como rei da Assíria, foi considerado como um personagem mitológico Além disso, suponha-se que Daniel errara ao mencionar Belsazar como um rei babilônico. Dan. 5:1. Exemplos típicos do Novo Testamento do supostos erros históricos podem ser encontrados em Lucas - representação da ilha de Chipre, sendo governado por um "cônsul" (Atos 13:7) e Lisânias como tetrarca de Abilene, enquanto Herodes tetrarca da Galiléia (Lucas 3:1.) Mas como é agora? Podemos dizer hoje, após as investigações de longo alcance sobre as antigas nações que têm sido feitas, que não há uma única instrução na Bíblia que seja refutada. As recusas confiante dos primeiros críticos têm provado os pressupostos da ignorância. A.H. Prof Sayce, um dos mais eminentes arqueólogos, diz: "Desde a descoberta dos comprimidos de Tel el-Amarna, até agora grandes coisas foram levadas a cabo pela arqueologia, e cada um deles foi em harmonia com a Bíblia, enquanto quase cada um deles foi morto contra as afirmações da crítica destrutiva. "Alguns anos atrás, a United Press transmitiu o testemunho de Yahuda AS, ex-professor de História Bíblica na Universidade de Berlim e, posteriormente, das línguas semíticas da Universidade de Madrid, no sentido de que "toda descoberta arqueológica da Palestina e Mesopotâmia, do período bíblico confirma a exatidão histórica da Bíblia. " II. É a Bíblia revelação de Deus? Estamos agora na consideração de uma outra questão. Um livro historicamente correto podia ser de origem humana. É isto verdade da Bíblia? 1. UMA PROBABILIDADE ANTECEDENTE. O pensamento cuidadoso, além da questão de saber se a Bíblia é a revelação de Deus, vai convencer qualquer crente imparcial na existência de Deus, que é altamente provável que Deus deu ao homem uma revelação explícita e duradoura por escrito da vontade divina. A consciência do homem o informa da existência da lei, como foi bem dito: "A consciência não estabelece a lei, mas adverte para a existência de uma lei" (Diman, Argumento Teistico). Quando o homem tem a consciência do que ele tem feito de errado, ele tem indicação de que tenha quebrado alguma lei. Quem mais, diferente de Jeová, cuja existência temos encontrado para ser um fato estabelecido, poderia ser o Autor dessa lei? E desde que o homem pensa intuitivamente de Deus como sendo bom, ele deve pensar do propósito de Sua lei ser boa. Portanto, não podemos pensar nesta lei como sendo para o mero propósito de condenação. É preciso que esta lei seja para a disciplina do homem em justiça. Também devemos concluir que Deus, que está sendo mostrado por ser sábio por suas obras maravilhosas, utilizaria todos os meios mais eficazes para a realização de seu objetivo através da lei. Este argumenta em favor de uma revelação escrita; de qualquer grau de obediência a uma lei justa é impossível ao homem sem o conhecimento dessa lei. Natureza e razão são muito incertas, indistintas, incompletas e insuficientes para o efeito. James B. Walker resume a questão da seguinte forma: "Toda a experiência do mundo confirmou o fato de além da possibilidade de cepticismo que o homem não pode descobrir e estabelecer uma regra perfeita do dever humano "(Filosofia do Plano de Salvação, p. 73). Se isso for verdade da lei da conduta humana, então quanto mais é a verdade do caminho da salvação? "A luz da natureza deixa os homens totalmente sem o conhecimento da forma de salvar o homens pecador... anjo... eles mesmos não seria capazes de saber a forma de salvar os homens pecadores, ou como os homens pecadores podem ser justificados diante de Deus,...... portanto , a fim de saber isso, "desejo de olhar para ele," 1Pedro 1:12 "(Gill, Corpo da Divindade, p. 25). Além disso, EY Mullins diz: "A própria idéia de religião contém no seu cerne a idéia de revelação. Nenhuma definição de religião, que omite a idéia pode ficar à luz dos fatos. Se o adorador fala com Deus, e Deus sempre calado ao adorador, temos apenas um lado da religião. Religião se torna então um sentido de faz de conta "(A religião cristã em sua expressão doutrinária). 2. UMA PRESUNÇÃO RAZOÁVEL "Se a Bíblia não é o que o povo cristão do mundo pensa ser, então temos em nossas mãos o tremendo problema de dar conta de sua crescida e crescente popularidade entre a grande maioria do povo mais iluminado da terra e em face de quase toda a oposição concebível" (Jonathan Rigdon, Ciência e Religião). Grandes esforços se fizeram para destruir a Bíblia como nunca antes se produziram para a destruição de qualquer outro livro. Seus inimigos tentaram persistentemente deter sua influencia. A crítica assaltou-a e o ridículo escarneceu-a. A ciência e a filosofia foram invocadas para desacreditá-la. Á astronomia, no descortinar das maravilhas celestes, pediram-se alguns fatos para denegri-la e a geologia, nas suas buscas na terra foi importunada para lançar-lhe suspeita." (J. M. Pendleton, Doutrina Cristã). Contudo, "Firme, serena, imóvel, a mesma Ano após ano... , Arde eternamente na chama inapagável; Fulge na luz inextinguível". Whitaker A Bíblia levanta-se hoje como uma fênix do fogo com um ar de mistura de dó e desdém pelos seus adversários, tão ilesa como foram Sadraque, Mesaque e Abdenego na fornalha de Nabucodonozor" (Coleção, Tudo sobre a Bíblia). Não é provável que qualquer produção meramente humana pudesse triunfar sobre semelhante oposição como a que se moveu contra a Bíblia. 3. PROVAS DE QUE A BÍBLIA É A REVELAÇÃO DE DEUS. (1) As grandes diferenças entre a Bíblia e os escritos dos homens evidenciam que ela não é uma simples produção humana. Estas diferenças são: - A. QUANTO ÁS SUAS PROFUNDEZAS E ALCANCES DE SENTIDO. "Há infinitas profundezas e alcances inexauríveis de sentido na Escritura, cuja diferença é de todos os outros livros e que nos compelem a crer que o seu autor deve ser divino" (Strong). Podemos apanhar as produções dos homens e ajuntar tudo quanto eles têm a dizer numa só leitura. Mas não assim com a Bíblia. Podemos lê-la repetidamente e achar novos e mais profundos sentidos. Vacilam nossas mentes ante sua profundeza de sentido. B. QUANTO AO SEU PODER, ENCANTO, ATRAÇÃO E FRESCOR ETERNO. Os escritores bíblicos são incomparáveis no "seu poder dramático"; esse encanto divino e indefinível, essa atração misteriosa e sempre atual que neles achamos em toda a nossa vida como nas cenas da natureza, sempre um encantador frescor. Depois de estarmos deliciados e tocados por essas incomparáveis narrativas em nossa infância remota, elas ainda revivem e afetam nossas ternas emoções mesmo numa idade respeitável. Deve haver, certamente, algo sobre-humano na humanidade dessas formas, tão familiares e tão singelas" (L. Gaussen, Theopneustia). E este mesmo autor sugere uma comparação entre a história de José na Bíblia e a mesma história no Al-Korão. Outro autor (Mornay) sugere uma comparação entre a história de Israel na Bíblia e a mesma história em Flavio Josefo. Diz ele que ao ler a história bíblica, os homens "sentirão vibrar todos os seus corpos, mover seus corações, sobrevindo-lhes um momento uma ternura de afeto, mais do que se todos os oradores da Grécia e Roma lhes tivessem pregado as mesmas matérias por um dia inteiro". Diz ele dos relatos de Josefo, "que se deixarão mais frio e menos emocionado do que quando os achou". Acrescenta: " O que, então, se as Escrituras tem na sua humildade mais elevação, na sua simplicidade mais profundeza, na sua ausência de todo esforço mais encantos, na sua rudeza mais vigor e alvo do que podemos achar noutro lugar qualquer?" C. QUANTO A SUA INCOMPARÁVEL CONCISÃO. No livro do Gênesis temos uma história que fala da criação da terra e sobre ela ser feita num lugar adequado para habitação do homem. Fala da criação do homem, animais, plantas e da sua colocação na terra. Fala da apostasia do homem, do primeiro culto, do primeiro assassinato, do dilúvio, da repopulação da terra, da dispersão dos homens, da origem da presente diversidade de línguas, da fundação da nação judaica e do desenvolvimento e das experiências dessa nação durante uns quinhentos anos; tudo, todavia, contido em cinqüenta capítulos notavelmente breves. Comparai agora com isto a história escrita por Josefo. Tanto Moisés como Josefo foram judeus, ambos escreveram sobre os judeus, mas Josefo ocupa mais espaço com a história de sua própria vida do que Moisés consome no arquivo da história desde a criação até ä morte de José. Tomai também os escritos dos evangelistas. "Quem entre nós podia ter sido durante três anos e meio testemunha constante, amigo apaixonadamente chegado, de um homem como Jesus Cristo; quem poderia ter escrito dezesseis ou dezessete curtos capítulos, a história inteira dessa vida: - do Seu nascimento, o Seu ministério, dos Seus milagres, das Suas pregações, dos Seus sofrimentos, de Sua morte, de Sua ressurreição, de Sua ascensão aos céus? Quem entre nós teria julgado possível evitar de dizer uma palavra sobre os primeiros trinta anos de semelhante vida? Quem entre nós podia ter relatado tanto atos de bondade sem uma exclamação; tantos milagres sem uma reflexão a respeito; tantos sublimes pensamentos sem uma ênfase; tantas fraquezas sem pecado no seu Mestre e tantas fraquezas pecaminosas nos Seus discípulos, sem nenhuma supressão; tantos casos de resistência, tanta ignorância, tanta dureza de coração, sem a mais leve desculpa ou comento? É assim que os homens escrevem história? E mais, quem entre nós podia ter sabido como distinguir o que exigia ser dito por alto do que exigia sê-lo em minúcia?" (Gaussen). (2) A revelação de coisas que o homem, deixado a si mesmo, jamais podia ter descoberto dá evidência da origem sobre-humana da Bíblia A. O relato da Criação. Onde pôde Moisés ter obtido isto, se Deus não lho revelou? "A própria sugestão de ter Moisés obtido sua informação histórica dessas legendas caldaicas e de Gilgamesh ... é simplesmente absurda; porque, interessantes como são, estão de tal modo cheias de asneiras, que teria sido impossível a Moisés ou a qualquer outro homem praticamente de evoluir tais legendas místicas os registros sóbrios, reverentes e científicos que se acham no livro do Gênesis" (Collett). Além disso, Moisés não obteve sua informação sobre a Criação da ciência e da filosofia do Egito. "Moisés, como o Príncipe do Egito, frequentou a melhor das escolas e foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios! - a maioria dos quais é considerado hoje um total absurdo. – mas ele não escreveu em seus livros. As teorias estranhas e fantásticas realizadas pelos egípcios sobre a origem do mundo e do homem se passou completamente; e no primeiro capítulo do Gênesis na língua majestosa, que nunca foi superada até hoje - ele dá conta da criação de Deus - do mundo e do homem, qualquer declaração é refutado pela ciência moderna "(Boettner, Estudos em Teologia, p. 34). B. A doutrina dos anjos. "Foi alguma coisa parecida com os anjos concebida pela imaginação do povo, pelos seus poetas, ou pelos seus sábios? Não; nem mesmo mostraram jamais aproximar-se disso. Perceber-se-á, quão impossível foi, sem uma operação constante da parte de Deus, que as narrativas bíblicas, ao tratarem de um tal assunto, não tivessem considerado constantemente a impressão humana demais de nossas acanhadas concepções; ou que os escritores sagrados não tivessem deixado escapar de suas penas - toques imprudentes ao vestirem os anjos com atributos divinos demais ou afetos humanos demais." (Gaussen). C. A ONIPRESENÇA DE DEUS. As seguintes passagens representam a conclusão da filosofia humana? "Sou eu um Deus de perto, diz Jeová, e não sou um Deus de longe? Pode alguém esconder-se em lugares secretos de modo que eu não o veja? diz Jeová. Não encho eu o céu e a terra? diz Jeová (Jr. 23:23,24). "Para onde fugirei do Teu Espírito, ou para onde fugirei da Tua face? Se subir ao céu, lá Tu estás; se fizer no inferno a minha cama, eis que ali estás também. Se tomar as asas da alva, se habitar nas extremidades do mar, até ali a Tua mão me guiará e a Tua destra me susterá." (Sl. 139:7-10). Estas passagens e outras na Bíblia ensinam, não o panteísmo, nem que Deus está em diferentes lugares sucessivamente senão que Ele está em toda a parte ao mesmo tempo e contudo separados como Ser - fora da Criação. O intelecto sozinho do homem originou esta concepção, vendo que, mesmo quando ele tem sido acomodado, a mente do homem pode compreendê-lo só parcialmente? D. O PROBLEMA DA REDENÇÃO HUMANA. Se fora submetido ao homem o problema de como Deus podia ser justo e justificador do ímpio, teria o homem proposto, como solução, que Deus se tornasse carne e sofresse em lugar do homem? "Que a criatura culpada fosse salva a custa da encarnação do Criador; que a vida viesse aos filhos dos homens através da morte do Filho de Deus; que o céu se tornasse acessível à população distante da terra pelo sangue de uma cruz vergonhosa; estava totalmente remoto a todas as concepções finitas. Mesmo quando a maravilha se torna conhecida pelo Evangelho, excitou o desprezo dos judeus e dos gregos; Para o antigo era uma pedra de tropeço e ofensa, para o último era a loucura. Os gregos eram um povo altamente cultivados, agudos em intelecto, de profunda filosofia e sutil de raciocínio, mas ridicularizavam a idéia de salvação através de alguém que foi crucificado. Eles podem muito bem ser considerados como representando as possibilidades do intelecto humano - o que pode fazer, e, de longe afirmar a doutrina cristã da redenção como uma invenção dos filósofos, eles riram como se fosse filosofia indigna. Os fatos do evangelho que rejeitaram como inacreditáveis, porque eles pareciam estar em conflito positivo com suas concepções de razão" (J. M. Pendleton, Doutrinas Cristãs). "Como podiam esses livros terem sido escritos por semelhantes homens, em semelhantes ambientes sem auxílio divino? Quando consideramos os assuntos discutidos, as idéias apresentadas, tão hostis não só aos seus prejuízos nativos, mas ao sentimento geral então prevalecente nos mais sábios da humanidade - o sistema todo de princípios entrelaçados em toda parte da história, poética e promessa, bem como de insignificantes maravilhas e singulares excelências da palavra; nossas mentes se constrangem a reconhecer este como o Livro de Deus num sentido elevado e peculiar" (Basil Manly, A Doutrina Bíblica da Inspiração). (3) A unidade maravilhosa da Bíblia confirma-a como uma revelação divina. "Eis aqui um volume constituído de sessenta e seis livros escritos em seções separadas, por dezenas de pessoas diferentes, durante um período de mil e quinhentos anos - um volume que antedata nos seus registros mais antigos todos os outros livros no mundo, tocando a vida humana e o conhecimento em centenas de diferentes pontos. Contudo, evita qualquer erro absoluto e assinalável ao tratar desses inumeráveis temas. De que outro livro antigo se pode dizer isto? De que livro mesmo centenário se pode dizer isto?" (Manly, As Doutrinas Bíblicas da Inspiração). A Bíblia contém quase toda a forma de literatura, história, biografia, contos, dramas, argumentos, poesias, profecias, parábolas, rogos, filosofias, lei, letras, sátiras e cantos. Foi escrita em três línguas por uns quarenta autores diferentes, que viveram em três continentes. Esteve no processo de composição uns mil e quinhentos ou seiscentos anos. "Entre esses autores estiveram reis, agricultores, mecânicos, cientistas, advogados, generais, pescadores, estadistas, sacerdotes, um coletor de impostos, um doutor, alguns ricos, alguns pobres, alguns citadinos, outros camponeses, tocando assim todas as experiências dos homens." (Peloubet, Dicionário Bíblico). Entretanto, a Bíblia está em harmonia em todas as suas partes. Os críticos têm imaginado contradições, mas estas desaparecem como a cerração ao sol matutino quando se sujeitam à luz de uma investigação inteligente, cuidadosa, cândida, justa e simpática. Os seguintes sinais de unidade caracterizam a Bíblia: A. É uma unidade no seu desígnio. O grande desígnio que percorre toda a Bíblia é a revelação de como o homem, alienado de Deus, pode achar restauração ao favor e à comunhão de Deus. B. É uma unidade no seu ensino a respeito de Deus Toda declaração na Bíblia a respeito de Deus é compatível com qualquer outra declaração. Nenhum escritor desmentiu qualquer outro escritor escrevendo sobre o tema estupendo o inefável, Deus infinito! Isso é verdade, apesar dos esforços dos modernistas para representar o Deus do Antigo Testamento como um Deus de vingança e de guerra, o Deus do Novo Testamento como um Deus do amor e paz. Modernistas propositadamente ignoram fato de que, no Antigo Testamento, Deus lidou com uma nação, enquanto que no Novo Testamento Deus está lidando com pessoas. Não há uma palavra no Novo Testamento, que ensina que as nações não devem resistir à agressão. Modernistas grosseiramente pervertem Novo Testamento quando eles insistem em aplicar ás nações os ensinamentos de Jesus com relação aos crentes individuais. C. É uma unidade no seu ensino a respeito do homem. Em toda a parte da Bíblia o homem é mostrado como criatura por natureza corrupta, pecaminosa, rebelde e falida sob a ira de Deus e carecendo de redenção. D. É uma unidade no seu ensino a respeito da salvação. O caminho da salvação não foi tão claro no Velho Testamento, como era no Novo Testamento. Mas pode ser visto facilmente que o que é claramente revelada no Novo Testamento foi prefigurado no Antigo Testamento. Pedro afirmou que santos do Antigo Testamento foram salvos exatamente da mesma maneira que os santos do Novo Testamento são salvos. Atos 15:10,11. Leia, neste contexto, os capítulos quinquagésimo terceiro e quinquagésimo quinto de Isaías. Observe também que Paulo faz a Abraão um exemplo típico da justificação mediante a fé (Rm 4) e diz que o evangelho foi pregado a Abraão (Gl. 3:8). Nota, ainda, que Paulo disse a Timóteo que "a Sagrada Escritura" (Antigo Testamento), que ele havia conhecido desde criança fosse capaz de fazer um sábio "para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus (2 Tm. 3:15). O suposto conflito entre Tiago e Paulo sobre a justificação será tratado no capítulo sobre a justificação. E. É uma unidade quanto à Lei de Deus. Um ideal perfeito de justiça está retratado por toda a Bíblia a desrespeito do fato que Deus, em harmonia com as leis do desenvolvimento humano, ajustou Seu governo às necessidades de Israel para que pudesse erguer-se do seu rude estado. Este ajustamento da disciplina de Deus foi como uma escada descida a um fosso para prover um meio de escape a alguém lá enlaçado. A descida da escada não visa a um encorajamento ao que está no fundo para deter-se lá, mas intenciona-se como meio de livramento; de modo que a condescendência da disciplina de Deus no caso de Israel não foi pensada como um encorajamento do mal, mas como uma regulação do mal com o propósito de levantar o povo a um plano mais elevado. Negar a unidade da Lei de Deus por causa de adaptações às necessidades de povos particulares é tão tolo como negar a unidade dos planos do arquiteto pelo fato de ele usar andaimes temporários na execução deles. F. É uma unidade no desenredo progressivo da doutrina. A verdade toda não foi dada de uma vez na Bíblia. Contudo, há unidade. A unidade no desenredo progressivo é a unidade do crescimento vegetal. Primeiro vemos a erva, depois a espiga e então o grão cheio na espiga" (Marcos 4:28). A força desta unidade maravilhosa na sua aplicação à questão da inspiração da Bíblia está acentuada por David James Burrell como segue: - "Se quarenta pessoas de diferentes línguas e graus de educação musical tivessem de passar pela galeria de um órgão em longos intervalos e, sem nenhuma possibilidade de acordo prévio, cada uma delas tocasse sessenta e seis teclas, as quais, quando combinadas, dessem o tema de um oratório, submeter-se-ia respeitosamente que o homem que considerasse isso como uma "circunstância fortuita" seria tido por consenso unânime universal - para dizê-lo modestamente - tristemente falto de senso comum" (Por Que Eu Acredito na Bíblia). (4) A exatidão da Bíblia em matérias científicas prova que ela não é de origem humana. A. A Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural. Diz-se corretamente que a Bíblia não foi dada para ensinar ciência natural. Não foi dada para ensinar o caminho que os céus vão, mas o caminho que vai para o céu. B. Todavia, ela faz referência a matérias cientificas. "Por outro lado, contudo, vendo que o universo inteiro está de tal modo inteira e inseparavelmente ligado com leis e princípios, é inconcebível que este livro de Deus, que confessadamente trata de tudo no universo quanto afeta os mais altos interesses do homem, não fizesse referência alguma a qualquer matéria científica; daí acharmos referência incidentais a vários ramos da ciência... (Sidney Collett, Tudo Sobre a Bíblia). C. E quando a Bíblia faz referência a matérias cientificas, é exatíssima. A Bíblia não contém os erros científicos do seu tempo. Ela antecipou as gabadas descobertas dos homens centenas de anos. Nenhuma das suas afirmações provou-se errônea. E é somente nos tempos hodiernos que os homens chegam a entender alguns deles. [Os conflitos supostos por muitos existente entre a Bíblia e a ciência no que diz respeito à criação da terra e dos seres vivos são tratados em capítulos posteriores na relação de Deus para o Universo e A Criação do Homem. Além disso, provas científicas da enchente, serão dadas no capítulo dedicado à criação do homem. Além disso, este último capítulo vai lidar também com a suposta antiguidade homem.] Notai as seguintes referências bíblicas a matérias cientificas: (a) A rotundidade da terra. Séculos antes de os homens saberem que a terra é redonda a Bíblia falou do "circulo da terra" (Isaías 40:22). (b) O suporte gravitacional da terra. Os homens costumavam discutir a questão do que é que sustenta a terra, sendo avançadas diversas teorias. Finalmente os cientistas descobriram que a terra é sustentada por sua própria gravitação e a de outros corpos. Mas, muitos antes de os homens saberem isto, e enquanto contendiam por este ou aquele fundamento material para a terra, a Bíblia declarou que Deus "pendura a terra sobre o nada" (Jó 26:7). (c) A natureza dos céus. A Bíblia fala dos céus como "expansão" e isto estava tão adiante da ciência que a palavra hebraica (raquia) foi traduzida por "firmamento" (Gênesis 1; Sl. 19:6), que quer dizer um suporte sólido. (d) A expansão vazia do Norte. Foi só na metade do século passado que o Observatório de Washington descobriu que, dentro dos céus do Norte, há uma grande expansão vazia na qual não há uma só estrela visível. Mas antes de três mil anos a Bíblia informou aos homens que Deus "estendeu o Norte sobre o espaço vazio" (Jó 26:7). (e) O peso do Ar. Credita-se a Galileu a descoberta que o ar tem peso - algo com que os homens jamais tinham sonhado; mas, dois mil anos antes da descoberta de Galileu a Bíblia disse que Deus fez "um peso do vento" (Jó 28:25). (f) A rotação da terra. Ao falar de sua segunda vinda, Cristo deu indicação de que seria noite numa parte, dia na outra (Lucas 17:34-36), implicando assim a rotação da terra sobre seu eixo. (g) O número de estrelas. No segundo século antes de Cristo, Hiparco numerou as estrelas em 1.022. Mais de 300 anos mais tarde, Ptolomeu acrescentou mais quatro. Mas a Bíblia antecipou as revelações do telescópio moderno, comparando as estrelas com grãos de areia à beira-mar (Gênesis 22:17; Jeremias 38:22.), com somente Deus sendo capaz de enumerá-las (Sl 147:4) . (h) A lei da evaporação. Muito antes que os homens soubessem que é a evaporação que evita que o mar transborde e mantém os rios correndo, fazendo possível chover, todo o processo surpreendente foi notavelmente representado com precisão científica o seguinte: "Todos os rios correm para o mar, e contudo o mar não é completo; ao lugar para onde os rios vão, para ali tornam eles a correr (Ecl.1:7) (i) A existência de ventos alisados. Hoje sabemos que a subida do ar quente nos trópicos faz com que o ar frio do norte a se deslocar no seu lugar, causando o que chamamos de "ventos alisados". Sabemos também que "em alguns lugares, eles explodem em uma direção pela metade do ano, mas na direção oposta à outra metade (Novos Alunos Obras de Referência, p. 1931). A Bíblia antecipou este conhecimento em uma declaração muito notável : "O vento vai para o sul, e faz o seu giro para o norte, continuamente vai girando o vento, e volta fazendo os seus circuitos" (Eclesiastes 1:6). (j) A importância do sangue. Somente há cerca de três séculos e meio que temos sabido que o sangue circula, levando oxigênio e alimento para todas as células do corpo, removendo o dióxido de carbono e outros resíduos do organismo através dos pulmões e órgãos excretores, e promovendo a cura e combate a doenças. Mas há muito tempo a Bíblia declara que "a vida da carne está no sangue". Veja Gênesis 9:4; Lev. 17:11,14. (k) A união da raça humana. Antiga tradição representava homens originalmente como brotando individualmente - a partir do solo - sem relação linear. Mas o conhecimento moderno tem revelado muitas evidências física, fisiológica, geográfica e linguística da união da raça. [Uma extensa discussão sobre a união do homem é encontrada no Novo Guia Bíblico (Urquhart, a partir da página 381 do Vol. 1.), onde é feita referência a uma discussão sobre as variações na família humana por Pritchard nos Vestígios da Criação, e Pritchard é citado como tendo dito: "Nós temos noções obscuras das leis que regulamentam essa variabilidade dentro de limites específicos, mas vê-los operar continuamente, e eles são, obviamente, favoráveis à suposição de que todas as grandes famílias dos homens podem ter sido de uma origem." Além disso Pritchard é citado como tendo dito: "A tendência do estudo das línguas modernas é o mesmo ponto." Então Urquhart diz do eminente e graduado Quatre-Fages: "Ele manifestou a convicção de que a única conclusão possível da ciência é que a raça humana surgiu a partir de um único par."] A evidência mais forte, no entanto, encontra-se no fato de que, enquanto a ciência médica pode distinguir entre o sangue humano e o sangue animal e pode distinguir entre o sangue de diferentes espécies de animais, contudo não pode distinguir entre o sangue das diferentes raças da humanidade. Mas Moisés não teve que esperar por esse conhecimento moderno. Sem hesitação ou equívoco, ele declarou que a raça se espalhou pelos descendentes dos filhos de Noé (Gênesis 9:19; 10:32). Nem Paulo hesita em afirmar que Deus "fez de um sangue todas as nações dos homens" (At 17:26). (5) A profecia cumprida testemunha ao fato que a Bíblia veio de Deus. A. A referência profética a Ciro. Cinqüenta anos antes do nascimento de Rei Ciro o qual decretou que os filhos de Israel voltassem à sua terra, Isaías falou de Deus como "aquele que disse de Ciro, ele é meu pastor e cumprirá tudo o que me apraz, dizendo também a Jerusalém: Tu serás edificada; e ao templo: Tu serás fundado." (Isaías 44:28). B. A profecia do cativeiro babilônico. Vide Jr. 25:11. C. Profecias a respeito de Cristo. (a) Os soldados repartindo as Suas vestes. Salmos 22:18. Para cumprimento: Mt. 27.35. (b) O fato de Seus ossos não serem quebrados. Sal. 34:20. Cumprimento: João 19:36. (c) Sua traição. Sal. 41:9. Cumprimento: João 13:18. (d) Sua morte com os ladrões e enterro no túmulo de José. Isaías 53:9, 12. Cumprimento: Mt. 27:38, 57-60. (e) O Seu nascimento em Belém. Miquéias 5:2. Cumprimento: Mt. 2:1; João 7:42. (f) Sua entrada triunfal em Jerusalém. Zacarias 9:9. Cumprimento: Mt. 21:1-10; Mc. 11. 1-8; Lc. 19. 29-38. (g) Seu traspasse. Zc. 12:10. Cumprimento: João 19:34,37. (h) Dispersão dos Seus discípulos. Zc. 13:7. Cumprimento: Mt. 26:31. Há, porém, uma explicação plausível da maravilha da profecia cumprida e essa explicação é que Ele "que faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade" (Ef. 1:11) moveu a mão do escritor da profecia. (6) O testemunho de Cristo prova a genuinidade da Bíblia como uma revelação de Deus. Jesus considerou o Velho Testamento como a Palavra de Deus, a ele se referiu freqüentemente como tal e disse: "A Escritura não pode ser anulada" (João 10:35). Ele também prometeu ulterior revelação por meio dos apóstolos (João 16:12,13). Temos assim Sua pré-autenticação do Novo Testamento. O testemunho de Jesus é de valor único, porque Sua vida provou-O ser o que Ele professou ser - uma revelação de Deus. Jesus não se enganou; "porque isto alegaria (a) uma fraqueza e loucura montando a positiva insanidade. Mas Sua vida inteira e caráter exibiram uma calma, dignidade, equilíbrio, introspecção e autodomínio totalmente inconsistente tal teoria. Ou alegaria (b) auto ignorância e auto exagero que podiam provir apenas da mais profunda perversão moral. Mas a pureza absoluta de Sua consciência, a humildade do Seu espírito, a beneficência abnegada de Sua vida mostram ser incrível esta hipótese". Nem Jesus foi um enganador, porque (a) a santidade perfeitamente compatível de Sua vida; a confiança não vacilante com a qual Ele desafiava para uma investigação de suas pretensões e arriscava tudo sobre o resultado; (b) a vasta improbabilidade de uma vida inteira de mentira aos declarados interesses da verdade e (c) a impossibilidade de decepção operava tal benção ao mundo, - tudo mostra que Jesus não foi um impostor cônscio" (A. H. Strong). III. O que constitui a Bíblia? Do que já se disse, manifesto é que o autor crê que a Bíblia, revelação de Deus, consiste de sessenta e seis livros do que é conhecido como o Cânon Protestante. Aqui não é necessário um prolongado e trabalhado argumento e nada será tentado. A matéria inteira, tanto quanto respeita aos que crêem na divindade de Cristo, pode ser firmada pelo Seu testemunho. Notemos: 1. Cristo aceitou os trinta e nove livros de nosso Velho Testamento como constituindo a revelação escrita que Deus tinha dado até aquele tempo. Esses livros compunham a "Escritura" (um termo que ocorre vinte e três vezes no Novo Testamento) aceita pelos judeus. Crê-se que eles foram reunidos e arranjados por Esdras. Foram traduzidos do hebraico para o grego algum tempo antes do advento de Cristo. Não pode haver dúvida de que Cristo aceitou esses livros e nenhum outro como constituindo os escritos que Deus inspirou até aquele tempo. Ele citou esses livros na fórmula: "Está escrito". Ele referiu-se a eles como "Escritura". E Ele disse: "... a Escritura não pode ser anulada" (João 10:35). Por outro lado, nem Cristo nem os apóstolos aceitaram os quatorze livros e partes de livros (conhecidos como os Apócrifos), a maioria dos quais foram acrescentados ao cânon protestante, para compor o Antigo Testamento na Bíblia Católica Romana (Versão Douay). "E embora existam no Novo Testamento, cerca de 263 citações diretas e cerca de 370 referências a passagens do Antigo Testamento, mas entre todas estas não há uma única referência, quer por Cristo ou Seus apóstolos, aos escritos apócrifos" (Collett , Tudo Sobre a Bíblia, p. 50). Nem eram esses livros recebidos pela nação de Israel. [Isto é admitido pelas autoridades católicas romanas. Em Um Catecismo da Bíblia, escrito pelo "Rev. John J. O'Brien, MA," e publicada com a autorização da Sociedade Católica Internacional da Verdade, do Brooklyn, na página 10, esta pergunta foi feita sobre estes livros: "Eram os livros adicionados aceitos pelos hebreus?" E a resposta dada é: "Não, os hebreus se recusaram a aceitar estes livros adicionados."] Josefo, por escrito contra Apion ( Livro 1, V. 8), diz: "Nós não temos uma multidão inumerável de livros entre nós, discordando e contradizendo um ao outro entre si, mas apenas 22 livros (este número foi estabelecido por certas combinações de nossos trinta e nove livros). . . para durante tantos anos já passaram, ninguém foi tão ousado, quer para acrescentar nada a eles, para tirar qualquer coisa deles, ou fazer qualquer alteração nos mesmos. "Tampouco foram esses livros parte da Septuaginta original, como foi suposto muitas vezes. Cirilo de de Jerusalém (nascido em 315 dC) falou da Septuaginta da seguinte forma: "Leia a divina Escritura, ou seja, os 22 livros do Antigo Testamento que os setenta e dois intérpretes traduziram." Eles provavelmente foram adicionados ao Septuaginta em meados do século IV, desde as mais antigas cópias da Septuaginta possuímos (Vaticano versão) os contém, e isto é suposto que data do século IV. Talvez tenha sido a adição desses livros que levou a igreja grega em Concílio de Laodicéia (363 dC) para negar a sua inspiração. Mesmo tão tarde quanto 1546, o Concílio de Trento considerou necessário declarar que esses livros sejam canônicos. 2. Cristo também prometeu outra revelação indo além de tudo que Ele tinha ensinado. Em João 16:12,13 achamos Cristo falando aos apóstolos como segue: "Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora. Mas, quando vier aquele Espírito de verdade, ele vos guiará em toda a verdade; porque não falará de si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido, e vos anunciará o que há de vir. ". Além disso, Cristo constituiu os apóstolos um corpo de professores infalível quando em Mt. 18:18 Ele disse: "Em verdade eu vos digo: tudo o que ligardes na terra será ligado nos céus, e tudo quanto desligares na terra será desligado nos céus". "Ligar" significa proibir, isto é, ensinar que uma coisa está errada. "Desligar" é permitir , sancionar, para ensinar que uma coisa é certa. Assim, Cristo prometeu sancionar no céu o que os apóstolos ensinarassem na terra. João 20:22, 23 é da mesma importância. No Novo Testamento temos esta revelação que Cristo deu por meio do Seu corpo infalível de mestres. Os poucos livros não escritos pelos apóstolos receberam o seu lugar no cânon, evidentemente, porque os apóstolos os aprovaram. De qualquer maneira, o seu ensino é o mesmo como o dos demais livros do cânon. O Novo Testamento veio á existência da mesma maneia que o Velho, isto é, o cânon foi determinado pelo consenso de opinião da parte do próprio povo de Deus. O fato que Deus deu e conservou uma revelação infalível da velha dispensação prova que Ele fez o mesmo com referência ao novo. A tese católica romana que aceitamos nossa Bíblia com a sua autoridade é esplendidamente nula e eloquentemente vã. O cânon da Bíblia inteira foi estabelicida antes que houvesse uma coisa como a Igreja Católica Romana. (Veja o capítulo sobre "A Doutrina da Igreja para uma discussão sobre sua origem.) Se aceitássemos a nossa Bíblia na autoridade da Igreja Católica Romana, então devemos aceitar os livros apócrifos que foram adicionados, juntamente com sua tradução deturpada deles . Além disso, nesse caso, devemos aceitar as suas tradições vãs. As decisões dos concílios da Igreja são considerados de valor para nós apenas como eles são aceitos como evidência histórica rumo para o consenso de opinião entre os verdadeiros santos de Deus e como expressar a verdade que é confirmado por outras evidências. IV. É a Bíblia suficiente e a ultima revelação de Deus? A suficiência e o término da Bíblia são rejeitadas hoje pelos católicos romanos em favor da "tradição", e os devotos da neo-ortodoxia em favor de uma revelação contínua. A base da disputa Católica Romana para a autoridade da tradição é a idéia de que o clero católico romano são sucessores dos apóstolos. Esta é uma invenção da imaginação pervertida. Nem Jesus nem os apóstolos davam o menor indício sobre um sucessor apostólico, com exceção de Judas, e era necessário que ele seja aquele que tinha convivido com eles desde o batismo de João. Veja Atos 1:21,22. Tradição católica romana, não apenas suplementam a Bíblia, mas também a contradizem. Eles surgiram da mesma maneira que as tradições judaicas, e, hoje eles estão na mesma relação com a verdadeira Palavra de Deus. Assim, a condenação de Jesus é tambem aplicável a eles como a tradição judaica - “Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens” (Mateus 15:8,9). Paulo claramente indicou que o plano de Deus era para dar ao homem uma revelação escrita completa assim "para que o homem de Deus, seja perfeito, e perfeitamente instruido para toda a boa obra" (2 Tm. 3:17) A idéia moderna da "autoridade do Espírito", que é realmente a autoridade da razão humana, como dando revelação contínua, é igualmente inútil. Devemos voltar a Cristo como nossa única autoridade de confiança, e Cristo não deu nenhuma promessa de ensinamentos autorizados além dos apóstolos. Essa idéia não será adotada por ninguém, exceto os modernistas ou aqueles grandemente afetados pelo modernismo. Aqueles que aceitam essa idéia serão encontrados de forma aberta ou na pratica negando a inspiração da Bíblia. Nós não nos importamos com suas noções nebulosas. Elas são tão frágeis que elas entram em colapso sob seu próprio peso. O Novo Testamento é manifestamente completo, suficiente e final.

O ESTADO ATUAL DOS MORTOS

Que os homens não entram no estado final quando morrem bastante evidentes é para que se requeira provar minuciosa. As ressurreições, que ainda são futuras, provam um estado intermediário para os mortos atuais. A coisa com que estamos especialmente preocupados é a natureza do estado intermediário, matéria esta para a qual nos dirigimos agora. Os adventistas do sétimo dia, russelitas e alguns outros ensinam o que é conhecido comumente por "sono dalma". Mas a substância real deste falso ensino é que dos mortos não é inexistente entre a morte e a ressurreição. Isto é logicamente verdadeiro desta teoria e é assim admitido pelos adventistas, pelo menos. É logicamente verdadeiro, porque um espírito dormente (se tal fosse possível) seria um espírito inexistente. A idéia de o espírito estar vivo e estar incônscio quando livre do corpo é o limite do absurdo. É que este ensino vale pela inexistência do espírito mostrado está nas seguintes palavras de "Signs of the Times", uma revista dos adventistas do sétimo dia (edição de 15 de dezembro de 1931): "Seguramente nenhuma expressão mais vigorosa podia ser possivelmente usada para mostrar a completa cessação da existência do que esta, - Na morte "eu não serei" (Comentário de Jó 7:21, por Carlyle B. Haines, um dos seus escritores notáveis)". I. OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES Contra esta teoria afirmamos e nos comprometemos provar pelas Escrituras que o espírito do homem não cessa de existir na morte. Pelo termo "espírito" queremos dizer a natureza imaterial do homem no seu parentesco mais elevado. Empregamos o termo "espírito" de preferência ao termo "alma" porque cremos que espírito melhor expressa a parte imaterial do homem em distinção da vida corporal. "A parte imaterial do homem encarada como uma vida individual e cônscia, capaz de possuir e animar um organismo físico é chamada psuche (alma); como um agente racional e moral, suscetível de influência e moradia divinas, esta mesma parte imaterial chama-se pneuma (espírito)" (A. H. Strong). O espírito é a natureza imaterial do homem olhando na direção de Deus. "O espírito é a parte mais elevada, mais profunda e nobre do homem. Por ele está o homem ajustado para compreender coisas eternas e é, em suma, a casa que residem à fé e a Palavra de Deus. A ... alma é este espírito, segundo a natureza, mas com tudo outra espécie de atividade, nomeadamente, nisto, que ela anima o corpo e opera por meio dele" (Lutero). "A alma é o espírito modificado pela união com o corpo" (Hovey). Algumas vezes as palavras para espírito, tanto no hebreu como no grego, denotam vento ou fôlego, mas que nem sempre são assim está evidenciado em Mat. 26:41; Lucas 23:46; Atos 7:59; 1 Cor. 2:11; 5:5; 7:34; 14:14 e 1 Tess. 5:23. Estudem os interessados estas passagens e substituam espírito por fôlego e vejam que sorte de sentido se forma. Então sabemos que espírito pode significar mais que fôlego, porque "Deus é espírito" (João 4:24). 1. A MORTE FÍSICA NÃO ACARRETA A INEXISTÊNCIA DO ESPÍRITO DO HOMEM, PORQUE O ESPÍRITO NÃO ESTÁ SUJEITO À MORTE FÍSICA. Temos a prova disto em Mat. 10:28. Se o homem não pode matar o espírito, então a morte física não tem poder para dar cabo da existência do espírito. O homem pode matar qualquer coisa que esteja sujeita à morte física. Na morte física o corpo cessa de funcionar e começa a desintegrar-se, o homem cessa de ser uma "alma vivente" no sentido distinto do vocábulo "alma". Ma o espírito não pode ser mata do e dele nunca se fala como cessar na morte. Em vez achamos Jesus, ao morrer, entregando o Seu espírito nas mãos de Deus e Estevão entregando o seu espírito nas mãos de Jesus (Lucas 23:46; Atos 7:59). A morte física é meramente a separação do espírito do corpo. 2. A REPRESENTAÇÃO DA MORTE COMO UM SONO NÃO ENSINA QUE O ESPÍRITO DORME E QUE É, PORTANTO, INEXISTENTE. O sono é puramente um fenômeno físico. A morte é sono só por analogia, não atualmente. E a analogia está na aparência do corpo, não no estado quer do corpo quer do espírito. No sono o espírito ainda está unido com o corpo e, portanto, condicionado por ele. Mas, na morte, como todos são forçados a admitir, espírito e corpo estão separados e o espírito separado do corpo não está mais condicionado pelo corpo. Estevão dormiu (Atos 7:59), mas o seu espírito não cessou de existir, porque Estevão o encomendou nas mãos de Jesus e um espírito inexistente não podia ser encomendado nas mãos de ninguém. Paulo descreveu a morte como um sono (1 Cor. 15:6; 1 Tess. 4:14), mas não ensinou a inexistência dos mortos. Paulo considerou a morte, não como uma cessação da existência, mas como uma partida para estar com Cristo (Fil. 1:23). Estando ausente do corpo, Paulo quis dizer, não inexistente, mas presente com o Senhor (2 Cor. 5:6). Aquilo que é inexistente não pode estar presente em logar algum ou com pessoa alguma. 3. A REFERÊNCIA AOS ÍMPIOS MORTOS COMO "ESPÍRITO EM PRISÃO" MOSTRA QUE OS MORTOS NÃO SÃO INEXISTENTES (1 PED. 3:20). Um espírito inexistente é uma não entidade e uma não entidade não pode estar em qualquer logar, porque ser é existir. 4. MOISÉS NÃO CESSOU DE EXISTIR QUANDO ELE MORREU, PORQUE SÉCULOS DEPOIS ELE APARECEU COM Cristo NO MONTE DA TRABSFIGURAÇÃO (MAT. 17:3) Dirão alguns que Moisés foi ressuscitado imediatamente depois do enterro? Se sim, por eles está esperando uma refutação em 1 Cor. 15:20. Sendo Cristo as primícias dos mortos proíbe a teoria de Moisés ter sido ressuscitado logo depois do seu enterro. 5. OS HABITANTES DE SODOMA E GOMORRA NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (JUDAS 7). Judas os descreve nos tempos do Novo Testamento como "sofrendo a vingança do fogo eterno". A palavra sofrendo nesta passagem é um particípio presente, que expressa ação durativa progressiva. E que isto não é um presente histórico está mostrado pelo tempo presente do verbo "são postos." 6. O RICO E O LÁZARO NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM (LUCAS 16:19-31). Isto não é uma parábola, mas pouco importa que fosse. O Filho de Deus não recorreu a desvirtuamentos mesmo em parábolas. Todas as Suas parábolas são verdadeiras a fatos. 7. CRISTO E O LADRÃO PENITENTE NÃO CESSARAM DE EXISTIR QUANDO MORRERAM. Cristo não estava dependendo do corpo para a vida, porque Ele viveu antes que tivesse um corpo (João 1:1, 2, 14). E, na cruz, Cristo asseverou que Ele e o ladrão estariam naquele dia juntos no paraíso. Espírito inexistente não podiam estar em logar algum, muito menos juntos. 8. OS ESPÍRITOS QUE JÃO VIU DEBAIXO DO ALTAR NÃO TINHAM CESSADO DE EXISTIR (APOC. 6:9). 9. A RESSURREIÇÃO PROVA QUE OS MORTOS AGORA NÃO ESTÃO INEXISTENTES. Se fosse inexistente, então seria necessário haver uma recriação em vez de uma ressurreição. E isto destruiria totalmente a base de recompensas, porque os que surgissem da sepultura seriam indivíduos diferentes daqueles que trabalham obras aqui neste mundo. 10. O FATO DE OS MORTOS BEM AVENTURADOS NÃO TEREM ATINGIDO O SEU MAIS ALTO ESTADO DE BEATITUDE, E DEVEM AINDA PASSAR PELA RESSURREIÇÃO, NÃO PROVA QUE ELES SEJAM AGORA INEXISTENTES. "Aquela bem aventurada esperança" (Tito 2:13; 1 João 3:2,3) é a união do espírito com o corpo glorificado. Somente isto trará a satisfação completa da aspiração do crente (Sal. 17:15). Mas Deus escolheu adiar a realização desta esperança até um tempo por vir. E enquanto o estado desencarnado não é o ideal, todavia é melhor do que continuar na carne (Fil. 1:23); e os eu estão neste estado estão presentes com o Senhor (2 Cor. 5:8). 11. O FATO QUE OS ÍMPIOS FALECIDOS AINDA ESTÃO PARA SER JULGADOS E LANÇADOS NO LAGO DE FOGO NÃO PROVA QUE ELES AGORA SEJAM INEXISTENTES. Aprouve a Deus confirmar os espíritos dos ímpios falecidos em prisão (Isa. 24:22; 1 Ped. 3:19), finalmente trazê-los e destiná-los juntos ao lago de fogo (Apoc. 20:11-15); mas que os ímpios falecidos já estão em tormento cônscio de fogo mostramo-lo previamente (Lucas 16:19-31; Judas 7). A miséria final dos ímpios, como a felicidade dos justos, espera a ressurreição do corpo, em cujo tempo os ímpios serão lançados, tanto corpo como alma, no inferno (Mat. 10:28). 12. O FATO DE A VIDA ETERNA SER RECEBIDA PELA FÉ NÃO PROVA QUE OS QUE A NÃO POSSUEM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA. A vida eterna nas escrituras quer dizer mais do que existência eterna. Está em contraste com morte espiritual (João 5:24; Efe. 2:1; Col. 2:13; 1 João 3:14). A morte espiritual é escravidão íntima num estado de pecado e separação de Deus, no qual alguém está privado de vida espiritual divina, conquanto possua vida do espírito humano. A vida eterna é liberdade e comunhão com Deus . "A morte espiritual faz alguém sujeito à segunda morte, a qual é uma continuação da morte espiritual numa outra existência sem tempo" (E. G. Robinson). E vida eterna é isenção da segunda morte. 13. A REPRESENTAÇÃO DA IMORTALIDADE COMO ALGO A SER ALCANÇADO NÃO PROVA QUE OS QUE NÃO A ALCANÇARAM NÃO TEM EXISTÊNCIA ETERNA Rom. 2:7 e 1 Cor. 15:53 tem referência ao corpo. O corpo se descreve como sendo mortal, mas o espírito nunca. Revestir-se de imortalidade no sentido da Escritura supra é receber um corpo imortal e, portanto, passar aquele estado no qual não podemos mais ser afetado pela morte. Este se revestir de imortalidade é a junção de um corpo imortal com um espírito imortal. 14. A IMPUTAÇÃO DE IMORTALIDADE SÓ A DEUS (1 TIM. 6:16) NÃO QUER DIZER QUE OUTROS NÃO POSSUEM EXISTENCIA ETERNA. A passagem acima quer dizer que só Deus é totalmente imortal em todas as partes do Seu Ser e não afetado pela morte, que só Ele possui imortalidade inderivada e independente. Ao passo que o homem é imortal quanto a uma só parte de sua natureza, sua imortalidade, tanto do espírito como do corpo, deriva-se de Deus. O caso de Elias é uma resposta suficiente ao argumento de "dormentes dalma" sobre esta passagem. Elias cessou de existir em qualquer tempo? Se não, ele tinha existência imortal. 15. OS ENUNCIADOS DE JESUS EM JOÃO 3:13 E 13:33 NÃO ENSINAM QUE OS JUSTOS FALECIDOS SÃO INEXISTÊNTES. A escritura deve ser interpretada à luz da Escritura. Portanto, a primeira passagem supra não pode ser tomada com absoluta literalidade. Porque em 2 Reis 2:2,11 assevera-se duas vezes que Elias foi recebido no céu. O sentido da afirmação de Cristo aqui, então, não pode ser mais do que ter Jesus só ascendido ao céu e voltado para revelar os mistérios a Ele comunicados lá. A segunda passagem é explicada pelo verso 36. Cristo quis dizer, meramente, que, entrementes, aqueles a quem Ele estava falando não podiam seguir; não que eles nunca O seguiriam, porque nesse caso eles nunca podiam ir ao céu. 16. O ENUNCIADO DE PEDRO EM ATOS 2:34 NÃO QUER DIZER QUE DAVI ERA INEXISTÊNTE. Este enunciado sobre Davi está elucidado pelo de Cristo a Maria Madalena a respeito de Si mesmo (João 20:17). Cristo disse: "Ainda não subi a meu Pai". Mas o espírito de Cristo ascendera ao Pai (Lucas 23:43,46; Apoc. 2:7; 22:1,2). O significado então do enunciado de Pedro a respeito de Davi e o Cristo sobre Si mesmo é que eles não tinham ascendido em corpo. 17. AS ESCRITURAS DO VELHO TESTAMENTO NÃO PROVAM A INEXISTÊNCIA DOS MORTOS. A Escritura deve ser explicado pela Escritura. As revelações incompletas e indistintas do Velho Testamento devem ser explicadas pelas revelações mais amplas e mais claras do Novo Testamento. E à luz destas últimas algumas afirmações no Velho Testamento concernentes ao estado dos mortos podem ser tomadas somente como a linguagem de aparência. Escritores do Velho Testamento, não tendo uma revelação clara concernente ao estado dos mortos, muitas vezes falaram dos mortos do ponto de vista desta vida. É neste sentido que devemos entender passagens tais como Jó 3:11-19; 7:21,22; Sal. 6:5; 88:11,12; 115:17; Ecles. 3:19,20; 9:10; Isa. 38:18. II. OS JUSTOS FALECIDOS ESTÃO COM O SENHOR Já aludimos ao estado tanto dos justos como dos ímpios falecidos. Mas, por causa da clareza, restabelecemos o ensino da Escritura sobre este assunto. Os justos falecidos estão com o Senhor. Isto está provado pelas seguintes passagens: "Enquanto estamos no corpo ausente do Senhor... porém temos confiança e desejamos muito deixar este corpo e habitar com o Senhor" (2 Cor. 5:6-8). Assim, para os justos, estar ausente do corpo, isto é, estar naquele estado ocasionado pela morte é estar na presença do Senhor. "Estou apertado entre os dois, desejando partir e estar com Cristo" (Fil. 1:23). Paulo não podia decidir se ele preferia permanecer na carne, isto é, continuar a viver aqui na terra, ou morrer para estar com Cristo. Assim, para os justos, uma partida desta vida é uma entrada à presença de Cristo. O ladrão arrependido moribundo ouviu de Jesus: "Hoje estarás comigo no paraíso". O paraíso é o terceiro céu dos judeus, o logar do trono de Deus (2 Cor. 12:2,4). Mais prova disto encontra-se no fato de a árvore da vida estar no paraíso (Apoc. 2:7), e perto do trono de Deus (Apoc. 22:1,2). Pode ser, como crêem alguns, que, até a morte de Cristo, os justos não foram à presença de Deus senão a um logar intermediário de felicidade. Conquanto isso possa ser, as passagens supra mostram que os justos agora vão imediatamente à presença do Senhor através da morte. III. OS FALECIDOS ÍMPIOS ESTÃO EM TORMENTO CÔNSCIO E ARDENTE Está isto mostrado na história do rico e Lázaro (Lucas 16:19-31). Respondem alguns que isto é somente uma parábola. Mas não há, sequer, um indício que o seja. E o fato se estar nomeado o nome de uma pessoa envolvida é incoerente com todas as outras parábolas. Mas suponde que é uma parábola, Cristo torceu fatos nas Suas parábolas? Que propósito podia Ele ter tido em assim fazer? Uma caricatura de fatos na passagem em foco não ensina um erro? Os que buscam fugir a isto com fundamento que é uma parábola mostram o desespero de sua teoria com uma semelhante miserável escapatória. Este fato também está patente, como já o frisamos, nas palavras de Judas no verso 7 de sua epístola a respeito dos habitantes de Sodoma e Gomorra. Ele os descreve como "sofrendo (tempo presente) a vingança do fogo eterno". O lugar onde os ímpios estão confinados é chamado uma prisão (1 Ped. 3:19). São criminosos condenados esperando na prisão até ao tempo de serem colocados na eterna penitenciária de Deus, o lago de fogo (Apoc. 20:15). Isto é para ter logar no juízo do grande trono branco, tempo em que tanto o corpo como as almas dos ímpios serão lançados no fogo (Mat. 10:28). IV. NENHUMA PROVAÇÃO DEPOIS DA MORTE A noção que há provação depois da morte toma duas formas. Contém-se a primeira em: 1. O ENSINO CATÓLICO SOBRE O PURGATÓRIO. "A Igreja Católica ensina a existência do Purgatório, onde aqueles que morrem com leves pecados nas suas almas, ou que não satisfazem a punição temporal devida aos seus pecados estão detidos até que se purifiquem suficientemente para entrar no céu" (O que a Bíblia protestante ensina sobre a Igreja Católica, Patterson). As passagens dadas para substanciarem este ensino são: Mat. 5:26; 12:32; 1 Cor. 3:13-15; Apoc. 21:27; 1 Ped. 3:19. Antes de abreviadamente cometer estas passagens, oportuno é observar a justificação e salvação totalmente de graça por meio da fé em Cristo. Vimos que Deus não cobra pecados ao crente (Rom. 4:8; 8:33). O crente foi eternamente quitado de todo pecado. Mais ainda, Heb. 9:27 implica claramente que não é possível nenhuma mudança entre a morte e o juízo. Estas passagens, para não mencionar muitas outras, mostram que o Purgatório é uma invenção humana. Quanto às passagens empregadas para substanciarem a doutrina do Purgatório: Mat. 5:26 é para ser manifestamente considerada como se referindo à prisão romana. Mat. 12:32 faz simplesmente "uma declaração forte e expandida" que a blasfêmia contra o Espírito Santo não será jamais perdoada. Achar aqui a insinuação em que alguns pecados possam ser perdoados no porvir é fundar uma doutrina de longo alcance sobre uma inferência incerta. Semelhante doutrina, se verdadeira, acharia certamente afirmação mais clara do que a que esta passagem proporciona. Em 1 Cor. 3:13-15 temos apenas uma forte alusão ao teste das obras humanas nos dias de Cristo. Não há aqui nenhuma purificação ou purgamento, como os católicos supõem ocorrer no Purgatório, mas somente um desejo de obras inaceitáveis. Apoc. 21:27 declara somente que os ímpios não podem entrar em a Nova Jerusalém. O espírito e o corpo glorificado do crente não tem pecado. O espírito se purifica de todo pecado na regeneração. A última passagem (1 Ped. 3:19) será estudada no próximo título. A segunda forma desta noção de provação depois da morte jaz principalmente em: 2. A CRENÇA QUE CRISTO PREGOU AOS ÍMPIOS FALECIDOS. Baseia-se a crença em 1 Ped. 3:19,20. Esta forma da noção de provação depois da morte é diferente do ensino católico do purgatório, em que ela inclui somente incrédulos, ao passo que o ensino católico inclui somente crentes, como tendo provação. Segundo esta forma da doutrina de provação depois da morte, os incrédulos terão a oportunidade de se arrependerem e serem salvos depois da morte. Isto está discutido em extenso em What Happens After Death!(O Que Acontece Depois da Morte!) por William Striker, publicado pela Sociedade de Tratados Americana. Deve ser admitido que as traduções comuns de 1 Ped. 3:19,20, emprestam encorajamento a esta crença; mas, mesmo nisso, estranho é que Jesus tivesse pregado somente aos que foram desobedientes durante os dias de Noé, ou que, se a todos foi pregado, apenas oito almas fossem mencionadas. E não pode insistir-se sobre o verbo "foi" como indicando que Jesus veio em contato pessoal com os espíritos em prisão. "Grande peso se tem dado a esta palavra em sustento da idéia que Cristo foi em prisão a prisão dos perdidos; mas a palavra não implica necessariamente locomoção pessoal" (N. M. Williams, Comment. In loco). Acham-se em Gen. 11:5-7 e Efe. 2:17 casos de uma palavra igual em que não se indica locomoção pessoal. Mas, ainda mais, não é em absoluto necessário traduzir o verso 20 como nas traduções comuns. A idéia de desobediência nesta passagem expressa-se em grego por um particípio aoristo sem o artigo, apiethesasi; e, enquanto é verdade que o particípio sem o artigo pode ser traduzido atributivamente, isto é, como livremente equivalente a uma clausula relativa, contudo, isto é a exceção mais que a regra. A regra é que o particípio sem o artigo é empregado predicativamente, exigindo uma clausula temporal para a sua tradução. Segundo a regra, então, a primeira clausula do v. 20 devera ser traduzida "quando primeiramente foram desobedientes", indicando que a pregação ocorreu (pelo espírito de Cristo operando por Noé) no tempo da desobediência e não dois mil anos depois. Pode ser perguntado porque a versão do Rei Tiago, a Revista e as versões da União Bíblia, todas traduzem esta construção com uma clausula relativa. Respondemos que isto, evidentemente, é por causa da influência da Vulgata e a parcialidade teológica da cristandade que tem favorecido a noção de provação depois da morte. Mas o Novo Testamento está em toda parte oposto à idéia de provação depois da morte, sem a qual esta suposta pregação aos ímpios falecidos foi inútil. Tal probação não é precisa para vindicar a justiça de Deus, porque mesmo os pagãos sem o evangelho estão "sem desculpa" (Rom. 1:20). 1 Pedro 4:6 , que é outra passagem empregada para ensinar a provação depois da morte, significa que o Evangelho foi pregado aos mortos enquanto estiveram vivos.