Parábola da pequena cidade
10.04.2010
Maluco por Jesus Salomão (Prov., Ecles. e Cânt.) 1 Comentário
(Ec 9:13-18)
Tem havido tentativas frustradas de encontrar uma alusão histórica nessa encantadora parábola, mas, como observa Ellicott: “O que temos aqui assemelha-se tanto à narrativa da libertação de Abel-Bete-Maaca por uma mulher sábia, cujo nome, contudo, não se conservou (2Sm 20), que não podemos ter certeza de haver alguma outra história real na mente do escritor”. Essa é a mais bela de todas as parábolas de Salomão, e todos os estudiosos da linguagem figurada concordam com isso.
Todas as palavras dessa parábola estão cheias de significado: “Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens, e veio contra ela um grande rei, e a cercou e levantou contra ela grandes tranqueiras. Ora, vivia nela um sábio pobre, que livrou aquela cidade pela sua sabedoria. Mas ninguém se lembrou mais daquele pobre homem”. A aplicação da parábola é óbvia, como assinala Habershon. O mundo é atacado por Satanás, mas liberto pelo Senhor Jesus Cristo. O contraste entre as personagens e as forças é marcante. Um “sábio pobre” e “um grande rei”. Depois temos “uma pequena cidade” e “grandes tranqueiras”. Poderia parecer que uma cidade pequena como essa, com tão poucos homens a guarnecê-la, não teria ensejo de sobreviver diante de úm forte rei resolvido a conquistá-la. Mas o poderoso monarca foi derrotado por um pobre insignificante que, evidentemente, era mais forte que o rei, provando, como diz Salomão, que “Melhor é a sabedoria do que a força”.
Toda essa história nos faz lembrar Cristo de modo surpreendente e a grande libertação que ele operou nas almas dominadas pelo pecado! A referência ao tratamento dispensado ao pobre sábio é profética. Lemos que “a sabedoria do pobre foi desprezada, e suas palavras não foram ouvidas”. Essa não é uma previsão daquele que veio como o Único, desprezado e rejeitado? (Is 53:3). Quanto à ingratidão da cidade, que não se lembrou desse pobre homem, não é a mesma ingratidão dos que nunca param para pensar sobre tudo o que Jesus suportou por eles? Rico que era, esse Homem tornou-se pobre por amor deles e, uma vez pobre, nasceu numa estrebaria. Ao morrer, nada tendo para deixar, derrotou o monarca do inferno por sua sabedoria infinita e por sua graça, demonstrada em sua morte e ressurreição. Da mesma forma, proporcionou, a preço de sangue, a emancipação de todas as almas escravizadas pelo pecado.
Esse homem fez também um pedido antes de deixar “a pequena cidade” que a sua presença havia san-tificado. Ao instituir a Santa Ceia, Jesus disse: “Fazei isto em memória de mim”. E sempre que tomamos o pão e o vinho nas mãos, com corações gratos e cheios de amor, nos lembramos do Homem Pobre que, por sua pobreza, nos fez tão ricos. Aleluia, que maravilhoso Salvador!
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