Quando
o profeta Joel pregou suas mensagens, a situação econômica era desesperadora, em razão
de um ataque de gafanhotos sem igual. Ele parte deste fato para alertar o povo para a
prática da santificação, do quebrantamento, e de maior submissão ao Senhor, 1: 14,
mensagens que tornam o livro muito atual.
Joel também anuncia o dia do Senhor e previne sob a iminência de um
ataque militar que viria por parte de uma nação estrangeira e termina o livro com a
preciosíssima mensagem sobre o derramamento do Espírito Santo.
a) A praga dos gafanhotos
-
Dentre as mais de 80 variedades de gafanhotos, Joel diz que
quatro: o cortador, o migrador, o devorador e o destruidor, v. 4, haviam devastado a terra
de Israel. O povo calou-se, em sinal de tristeza. Tudo secou e o campo nada produzia.
b) As lições da devastação
-
A notícia de tal calamidade deveria ser passada de
geração a geração, v. 3, porque se refere a um tempo de juízo do Senhor em que os
prazeres da vida foram retirados e houve um lamento geral. Até os bêbados lamentaram
porque os gafanhotos devoraram as videiras, v. 5, e não tinham mais o vinho; destroçaram
a figueira, arrancando-lhes as cascas, v. 7.
Por causa dessa miséria até os jovens
choraram, v. 8. Todo cereal se perdeu e os lavradores ficaram envergonhados e
desorientados, vv. 10, 11, porque o juízo veio através de um inimigo pequeno, mas em
grande número e sábio, Pv 30: 27.
c) Reações à devassidão, 1: 10-14 -
Com a destruição das pastagens e das lavouras,
até os sacerdotes lamentavam porque não havia nem elementos para os sacrifícios ao
Senhor, v. 9. Assim como a calamidade era geral, o pecado também havia devastado todos os
domínios da vida. É nessa hora que diz o Senhor:
“Lamentai,
sacerdotes".
Quando
a igreja experimenta flagelo de tal natureza, engolfada em confusões, pecados e
enfermidades que devastam famílias após famílias, 1Co 11: 30-32, o ensino bíblico
para resolver tal situação é que ministros e povo retornem ao Senhor com a mesma
sinceridade, intensidade, arrependimento e interesses descritos em Jl 1: 13-14 e 2: 12-17e
Dt 4: 30-31.
O
profeta descreve esse quadro terrível para preparar as pessoas sobre o que iria falar a
respeito do “Dia do Senhor”, v. 15, que também virá como uma assolação.
Percebe-se que Joel avista algo por trás dessa praga de gafanhotos; ele enxerga além
dela, vê um dia de desolação em toda a terra.
O acontecimento pelo qual o povo chorava
no momento era prefiguração de um outro dia de juízo: um julgamento a ser derramado nos
dias finais deste mundo.
a) Um exército preparado contra
Judá, 2: 1-11.
Joel anuncia que estava prestes a
acontecer uma grande invasão militar. Compara isso a uma devastação pelos gafanhotos
que haviam assolado a terra.
Ele pergunta: “Vocês já ouviram, em toda sua vida, em
toda história do seu povo, alguma coisa igual?” A resposta ao v. 2 só teria que ser
um enfático não!
b)
Julgamento final -
Joel usa quase todo seu livro para falar sobre o Dia do Senhor, 2:
1, 11, 31; 3: 14; este será o julgamento final de Deus sobre todo mal e também o fim
desta era.
Tal dia vai iniciar-se com o
arrebatamento da Igreja, 1Ts 4: 15-17; 5: 2; inclui os sete anos de tribulação, que é
a última semana de Daniel, 9: 24-27, e culminará com o retorno de Cristo com sua Igreja
para reinar sobre a terra, Ap 20: 1-6.
c)
Um chamado ao arrependimento, 2: 12-17.
A catástrofe que acomete Israel nos tempos de Joel leva a nação, politicamente,
ao caos. Mas essa intervenção divina é meramente ilustrativa.
Como o pior ainda está
por vir, Deus levanta Joel para inquietar os sacerdotes e exortar o povo ao
arrependimento, v. 13, e que este retorne humildemente ao Senhor, não com mãos vazias,
mas com sacrifícios de pranto e lamentação genuínos, jejuns e súplicas pelas
misericórdias de Deus, v. 12.
Para isso, deveriam proclamar uma assembleia solene, 2:
15-17. Ninguém deveria faltar; nada de desculpas, vv.15 e 16. E os sacerdotes iriam orar
com todos, clamando: “Poupa o teu povo,
oh, Senhor”, v. 17.
d)
Derramamento do Espírito Santo, 2: 28-32.
Num tempo futuro, marcado pelo advérbio “depois”, v. 28, o Espírito
Santo seria derramado sobre toda carne. Examinando Os 3: 5, veremos que essa promessa
abrange os últimos dias Israel, iniciando-se com a tribulação e adentrando o reinado do
Messias, que vem em seguida.
Compare,
Is 2: 2 com At 2: 17.
O
tempo é enfático, no v. 29. Deus faz questão de repetir que tal se dará “naqueles
dias”. Ou seja, depois do arrependimento
nacional e restauração futura de Israel, Zc 11: 10; 13: 1, eventos que serão
simultâneos à Segunda Vinda de Cristo.
Esse
“grande e terrível Dia do Senhor" se apresentará com prodígios de Deus na
terra e no céu, vv. 30-31. Mas Jerusalém e Sião permanecerão, v. 32, e acontecerá
depois... que o Espírito Santo será derramado ao remanescente fiel. Note que não
haverá qualquer restrição à recepção desse dom:
nem diferenças de idade (velhos e jovens), nem de sexo (filhos e filhas), e nem de
posição social (servos e servas).
O que aconteceu em At 2 foi o cumprimento dessa
profecia, mas o cumprimento total ainda está por vir: Is 32: 15; 44: 3,4; Ez 36:
27,29; 37: 14; 39: 29. Assim, o estudo do profeta Joel relembra que a Igreja deve
viver num permanente clima de avivamento, a fim de fazer a vontade do Senhor.